quarta-feira, 1 de outubro de 2014

PAULO LEMINSKI COMENTA OS PROFETAS E O GÊNESIS



PAULO LEMINSKI COMENTA OS PROFETAS

"Idioma flexional, como o grego e o latim, o hebraico tem uma forma de verbo que pode significar, ao mesmo tempo, pretérito e futuro. A palavra amarti, em hebraico, pode significar tanto "eu disse" como "eu direi".
Imagine as possibilidades de ambiguidades proféticas das hazon (visões), que se expressavam numa língua na qual você não sabe se está falando de feitos passados ou eventos por ocorrer.
Trocando em miúdos: se o profeta hebreu diz "cairás, cidade maldita", pelo tempo do verbo, você não pode garantir se a cidade já caiu ou vai cair." (LEMINSKI, Paulo. VIDA - 4 biografias. Cruz e Souza, Bashô, Jesus e Trótski. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, pág. 167.)

PAULO LEMINSKI COMENTA O GÊNESIS

"Notável na estrutura do mito da origem de Eva é que ele constituiu uma inversão da realidade: biologicamente, é o homem que sai da mulher, não a mulher do homem.
Curiosamente, o Gênesis, ainda por cima, referenda o mito com uma pseudoetimologia, um argumento filológico, fundando o mito no próprio tecido morfológico da linguagem.
"E ela se chamou 'mulher' porque do 'homem' foi extraída."
Em hebraico, homem é isch, mulher ischah: nenhuma dúvida, ischah é uma forma derivada de isch..."
LEMINSKI, Paulo. Vida - 4 biografias - Cruz e Souza, Bashô, Jesus, Tróstski. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, pág. 207)

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